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Death

  • Foto do escritor: Laura Nahat
    Laura Nahat
  • 7 de dez. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 17 de jan. de 2022

- Você é tão familiar para mim.

Dias depois...

- Já sei, você é a Death, do Neil Gaiman. Ela é linda!! Vocês duas andam de preto, regatinha, cabelo solto, ank no pescoço. Lógico!


Vou na estante dele e lá estou “eu”. Depois comprei o livro completo com tudo que já saiu sobre ela, e até que faz sentido. [essa foto dela é meu fundo de tela]


Um fato real: já salvei algumas pessoas da morte. Inclusive a de quem me disse isso.

A gente namorava há uns 8 meses. Na véspera do dia d, os dois estavam com sinusite forte. Fomos cada um em um hospital, tomamos medicação na veia, nos encontramos e almoçamos às 17h no Bixiga. Depois cada um foi pra sua casa pra descansar e trabalhar no dia seguinte.


Eu tinha acabado de mudar de casa, estava sem plano de celular e ainda sem wi-fi, e entrou uma mensagem no WhatsApp dele me dizendo que não estava bem. Era meu rodízio, segunda, eu já tinha meditado, 7h, fui de Uber pra casa dele. No elevador já chamo um táxi para levá-lo ao hospital. Entro na casa dele, e ele está desmaiado no banheiro depois de evacuar. Eu o acordo, ele coloca uma camiseta, cogita ambulância, digo que não daria tempo, e descemos. Vamos direto pro hospital pela faixa de ônibus conduzidos pelo melhor motorista, parecia piloto, quase uma ambulância.


Há poucas quadras do hospital, ele desmaia de novo, evacua no táxi. Ao chegar na porta do hospital, acorda, levanta, sai, enquanto deixo dinheiro para o taxista lavar o carro, e entra na frente moribundo-branco-cambaleando. A recepcionista ao vê-lo ficou mais branca que ele. Segue de cadeira de rodas para a UTI de recepção das ambulâncias, e aí me interno com ele por uma semana.


Foi assim que conheci a mãe dele. A irmã. Um casal de amigos. E a médica da família. Eu ainda era segredo para todos, e depois disso permaneci sendo para os demais. Pra quem não me conhecia, era a mãe dele setuagenária que estava com ele ali 24x7, mas não, ela o visitava diariamente e o deixava aos meus cuidados.


Foram poucas horas de sono em intervalos mínimos na cadeira do acompanhante, exames e mais exames, acompanhamento o tempo todo, trocas de turno da equipe, visitas médicas, decisão sábia pela transfusão de sangue para sobreviver. E voilá. Uma semana depois de internados, eu faltando no trabalho e cuidando exclusivamente dele, quarto! Alívio. Estávamos no caminho da alta.


Rápida história da vez que a morte passou perto dele, e a outra, a Death, o salvou.



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